quarta-feira, 6 de junho de 2007

O INCENTIVO QUE DEVASTA


É lamentável o que as grandes empresas vêm fazendo em nosso estado. Depois da saída da Dell, corporações do setor calçadista estão debandando do Rio Grande do Sul, deixando para trás milhares de desempregados e principalmente LIXO, muito LIXO, poluindo nossas terras e, principalmente, nossas águas.

Depois de matarem o Rio do Sinos, jogando por muitos anos seus dejetos industriais, que são um dos mais poluidores (curtume), depois de terem aproveitando o "incentivo fiscal" de cidades gaúchas que buscavam desenvolvimento, as empresas simplesmente "desistiram" e partiram para lugares mais convidativos ($$$), como Índia e China.

É lamentável e um prejuízo sem tamanho. O lucro que deram ao RS foi mínimo, comparado aos milhões de dólares que o estado terá de gastar para tentar revitalizar o Rio dos Sinos e todo o ecossistema à sua volta. É lamentável. É a combinação da degradação com o detrimento do bem público em favor do privado.

A nova moda agora é trazer o DESERTO VERDE para nossas terras. Querem plantar EUCALIPTO em toda a metade sul.
Eucalipto significa sugar toda a água do nosso subsolo, devido a grande quantidade que esta planta suga de água por dia (em torno de 40 litros por árvore). Querem plantar isso em todo nosso Estado. O que será de nós daqui a 30 ou 40 anos? Ficaremos sem água, ou seja, sem vida. Nosso estado está fadado a se transformar em um verdadeiro deserto.

Toda esta situação nos remete ao passado, quando a FORD desistiu de vir ao Estado na ocasião em que o governo Olívio não concordou em lhes entregar 400 milhões de reais dos cofres públicos. Hoje o povo pode entender melhor o que ocorreu: o cidadão foi colocado em primeiro lugar, e não o interesse de uma corporação e de seus lucros privados. Como já dizia nosso amigo Maquiavel: “Os fins justificam os meios.”

O que ganharemos com a vinda destas empresas de celulose? Nada. Cada hectare de plantação não emprega nem uma pessoa. Lucro? Não mesmo: o governo estadual dará é incentivos fiscais para as empresas de celulose aqui se instalarem confortavelmente, fabricando em solo gaúcho sua pasta de celulose, deixando mais poluentes em nossas terras. É lamentável o que o futuro nos reserva.

Leonardo Pereira

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